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http://www.clubedeautores.com.br/book/33715--DICIONARIO_DA_TEORIA_LITERARIA_E_ESTETICA_DE_MONTEIRO_LOBATO





ESCREVER

1. Tua carta é um atestado da tua doença: literatura errada. Julgas que para ser um homem de letras vitorioso faz-se mister uma obsessão constante, uma consciente martelação na mesma idéia —- e a mim a coisa me parece diferente. Tenho que o bom é que as aquisições sejam inconscientes, num processo de sedimentação geológica. Qualquer coisa que cresça por si, como a árvore, apenas arrastada por aquilo que Aristóteles chamava entelequia — e que em você é o rangelismo e em mim o lobatismo. Deixa-te em paz, homem, não tortures assim o teu pobre cérebro. Andas a fazer com ele como os comilões ininteligentes que comem até adoecerem. Esqueça que há literaturas no mundo e viva aí uma vida bem natural. Ande muito a pé ou a cavalo, converse com toda gente, coma bem, namore caboclinhas nas estradas, vá aos serões do senhor Cura, arrote - e quando dormir, ronque. Verás que boa é a vida sem literatura. E também verás como fica boa a literatura quando o corpo está contente.
Já notei que esses constantes e permanentes contatos com as Grandes Idéias e os Grandes Prestígios operam do mesmo modo que aqueles inúmeros "confortos" do Jacinto Galião das Cidades e as Serras. Enfaram, esmagam. Pensamos que aquilo saiu da cabeça dos autores como Minerva da cabeça de Júpiter e achamo-nos inferiores, com grande dor do nosso amor próprio. E, perturbado, com os olhos tontos pela doença, chegas até a ver em mim algo nuevo, quando na realidade o que há é um pouco da coisa saborosa que o Sieur de Montaigne inventou (literalmente): bom senso, horse sense, como dizem os ingleses - senso de cavalo. O Bom Senso é a filosofia da justa medida, do ver-claro, do enxergar até de noite, como os cavalos.
Perguntas quantas horas "literatizo". Nem uma, meu caro, porque só leio o que me agrada e só quando estou com apetite. Não troco uma conversa com uma macaquinha (o sexo na mulher corrige a banalidade, no homem agrava-a, diz Machado) pela melhor tragédia de Eurípedes, porque por mais banal que seja a moça é sempre mais humana que um livro — e o humano quer o humano. Ler e comer, só quando há apetite; fora daí é uma insuportável corv‚e. Também não escrevo por obrigação. Escrevo quando os dedos comicham — ou quando o Benjamim me forja a escrever. Neste caso é o meio de ver-me livre do Benjamim. Não tenho horas prediletas — minhas horas são as que coincidem com a disposição. Há horas em que nos sentimos extraordinariamente aptos para pensar e tudo nos vem fácil e claro. Outras há em que estamos imaginosos, todo cheios de casulos a picarem, como ovo na hora de sair o pinto. Queira você tirar o pinto antes do tempo — o pinto morre. Estômago e cérebro: duas respeitabilidades. Respeitêmo-las, Rangel.
Estou de viagem para Taubaté, onde vou ganhar dinheiro e juntá-lo para o sonhado tour du monde. Podias te mudar para lá e organizaríamos o trust da advocacia no Norte de São Paulo. O Benjamim seria o nosso representante em Pinda e o Pereira de Matos em Caçapava. Sare, homem! Estás malíssimo de engurgitamento literário. Vomite o Flaubert. (1:47-49)
2. Escrever é como comer, exige fome ou pelo menos apetite... (1:129)
3. Mas não tolero escrever por obrigação. Traduzo quando quero. Faço coisas para A Tribuna quando quero. Do contrário, sentir-me-ia escravo no eito. (1:250)
4. No momento em que escrevemos, o nosso espírito acostuma-se com os defeitos, não os vê. Mas se passados uns dias relemos, já os defeitos se visibilizam. (1:255)
5. Que importa que a massa nos não entenda? À massa compete admirar. O entender é só das minorias. Atenta neste belo clarão de Fialho: "Tomou as mãos do agonizante, um mármore molhado." A minoria entrepara, atônita com a beleza. A maioria não para, passa, mas admira, porque não entendeu - o inteligível é o supremo pasmo das multidões. Vejamos agora isso dito no estilo bunda: "Tomou as mãos do agonizante: estavam geladas por um suor frio." O clarão da frase de Fialho vira aqui uma luzinha de vela de sebo; entendem-na todos; a clareza democrática atinge o apogeu - mas que analidade! Língua bunda, estilo anal, idéias de toda-gente, aninhadas como piolhos dentro de bolas de escaravelho. O escaravelho da adjetivação dessorada pelo advérbio. O adjetivo sempre médio (porque in medio virtus! O in medio em tudo na vida só dá o medíocre). Nunca o adjetivo extremo; e para desenervar o adjetivo médio de suas últimas fibrilas ainda não flácidas, um auxílio pré ou posposto. Este auxílio é sempre muleta. É um modificativo que dessangra e empalidece o adjetivo, cambando o vigor da frase. (2:51-52)
6. É inútil andares ajuntando e mandando opiniões sobre minhas literaturas. Não dou valor a essas reações, nem as procuro. Escrevo porque tenho de escrever, porque sou forçado a escrever, para dar vazão ao pus dum furúnculo scribendi de incurável intermitência - não para conquistar nome, glória, o que seja. E a prova é que para não me inscreverem no rol dos literatos, a mim que não passo de simples fazendeiro, voltei a usar os velhos pseudônimos com que me escondia no Minarete - Hélio Bruma, Mem Bugalho e Chico Taboca (este, invenção do Simões Pinto e saiu como o nariz dele). E não escrevo mais no Estado nem na Revista do Brasil, à qual havia prometido um artigo sobre o pintor Almeida Júnior, porque estou em maré vazante e com horror aos literatos. As rodinhas do Pirralho, da Vida Moderna, do Estado, da Cigarra e outras que freqüentei em meu último mês em S. Paulo, fizeram-me mudar de opinião quanto a estes urupês daqui. O caboclo parece-me hoje açúcar refinado perto do açúcar preto que são os urupês citadinos de gravata. Que pulhas! (2:122-123)
7. Isso de melhorar o escrito velho não melhora coisa nenhuma; há o caso do santeiro que de tanto apurar o olho do santo deixou-o cego. (2:175)
8. Falas em colaboração para a Tribuna, paga... Isso é grave e merece ponderação. Escrever é uma maçada, como bem sabes, depois de passada a época em que a gente escreve unicamente pelo prazer de ver-se impresso. Ora, eu já passei essa época feliz e hoje só concebo que se extravaze pelo bico da pena tantos ideais sobre umas tantas tiras de papel quando alguma vantagenzinha resulta disso. E pensando assim, assim o faço. Por isso, se quiseres, te mandarei umas amostras de artigo, de vários gêneros, a ver se encontram cotação na bolsa jornalística daí. Se não, você nos devolverá, porque não é nenhuma honra a gente ver-se impresso de graça e lido a cem-réis por pessoa. (3:101-102)
9. Como vês tenho andado constante na "Tribuna" - o que ainda não pude conseguir é prestar: o interior burrifica e escrever vai muito do hábito, que perdi com um interregno de vários anos. (3:109)
10. Não pare de escrever. Como uma pianista se torna uma Guiomar, se não trabuca todos os dias no exercício para adquirir agilidade nos dedos e apuramento do ouvido? Discipline o corpo. Todos os dias, à mesma hora, sente-se à mesa e escreva. Dentro dum mês estará acostumada - e pronto. (4:43)
11. O segredo de escrever bem está aí. O leitor é um túnel. O escritor tem de atravessá-lo com o seu comboio de idéias. Se as idéias não vão na ordem prescrita por Brisbane, uma depois da outra, uma bem engatadinha na outra, fica na porta do túnel um bolo de freight cars que não passa, que não entra, está entendendo?
Você, exuberante que é, demasiado rica de idéias, amontoa-as em excesso na mesma frase — embolota-as, encaroça-as, esquecida que está levando-as a atravessar um túnel escuro, úmido, apático, e geralmente estúpido. Se você pretende escrever para V. mesma, então está ótimo, porque, como mãe das idéias, todas se te apresentarão claras como são claros e louros até os filhinhos pigmentosos das mães pretas. Mas se pretende levar comboios de idéias (contos) através do túnel escuro chamado leitor, então tem de mudar de tática e seguir o conselho de Brisbane. Sabe quem era ele? O maior jornalista americano, o mais lido, o mais bem pago. Por quê? Porque fez essa mirífica descoberta de que o leitor é um túnel escuro. (4:66-67)
12. Se V. pretende dedicar-se à literatura o meu conselho é que leia e releia Machado de Assis, sobretudo nos contos. É o único mestre que temos. Tudo mais perto dele se apaga. Durante este carnaval reli-lhe 5 livros, e humilhei-me da minha literatura. Diante dele sou a maior das bestas. (4:69)
13. Compense os amargozinhos do cotidiano com a criação literária - com a fatura do romance. Nada absorve tanto. Nada nos faz tanto "esquecer". É como a pinga para o pau-d'água. Para esquecer os seus males físicos, Gibbson absorveu-se na obra que o imortalizou. A crítica reconhece que se gozasse de boa saúde não teria criado coisa tão grande — ter-se-ia dispersado. (4:228)
14. Resta agora que se realize e não desaponte o pagozinho natal. Isto é - que escreva as Memórias. Há dois modos de escrever. Um, é escrever com a idéia de não desagradar ou chocar ninguém - escrever ataulfamente, academicamente, gaspardutramente, cardinaliciamente, nãofedenemcheiramente. É o meio mais prático de não ser lido por ninguém de perpetuar-se inédito embora publique mil obras. Outro modo é dizer desassombradamente o que pensa, dê onde der, haja o que houver - cadeia, forca, exílio. Se o futuro Palma escritor tomar pelo primeiro caminho, irá para o céu quando morrer e terá na terra as bênçãos de todos os bispos e mais "máquinas de manter o status quo". E se o Palma escrever com fiel gramática e bem comportadamente, como Xavier Marques, o mais aguado coco literário que os cocais baianos produziram, é capaz de acabar na Academia Brasileira de Letras, com um panegírico do Ataulfo colado no fió. E ao morrer será enterrado com fardão, o famoso fardão todo galões — um caixão de defunto dentro do outro. Mas se disser o que pensa, em estilo brabo como o do Vasconcelos Maia, um maravilhoso contista que vocês têm aí, Palma o Marujo receberá as palmas da vitória e terá palmas até dos ranzinzas ao tipo lobatiano.
Vamos ver que caminho escolhe - o dos bispos ou o dos pestes. O assunto é ótimo. Todo assunto é ótimo. O que raramente é ótimo é o manipulador do assunto. Porque os homens são uns quando falam — interessantes, expressivos, pinturescos, e ficam idiotas quando escrevem. O mesmo que diante do fotógrafo. Raro o fotografando que diante do fotógrafo não "muda de cara" — deixa de ser o que naturalmente é para tornar-se o lorpa que é em geral o sujeito fotografado com pose. Cumpre distinguir. Se é fotografado instantaneamente, não tem jeito de virar lorpa e sai como Deus o fez; mas se se fotografa com pose, ah, minha Nossa Senhora das Candeias! Como muda!... (4:254-255)
15. E a conclusão a que cheguei aqui a deixo para meditação de Edgar Cavalheiro e outros críticos. Parece que o segredo de escrever e ser lido está em duas coisas — ter talento de verdade e escrever com a maior aproximação possível da língua falada, sem perder, portanto, nenhum dos farelinhos ou sujeirinhas da vida, pois é aí que se escondem as vitaminas produtoras do misterioso e perturbador "quê" das verdadeiras obras d'arte". (5:57)
16. Escrever é gravar reações psíquicas. O escritor funciona qual antena — e disso vem o valor da literatura. Por meio dela fixam-se aspectos da alma dum povo, ou pelo menos instantes da vida desse povo. (6:3)
17. Uma grande lição para os escritores é o fato de só sobreviverem os livros vividos. E são raros, porque os homens que vivem não têm tempo de escrever; e os que escrevem profissionalmente, não vivem. Poderá chamar-se vida o marasmo do escritor sempre metido entre quatro paredes, a ler o que os outros escreveram e sem ânimo, ou sem jeito, ou sem oportunidade, ou sem temperamento, para viver a crueza e a violência da vida? Eles apenas imaginam a vida, e na pintura duma floresta ou dum tipo não conseguem esconder a imitação inconsciente que em sua arte substitui a criação.
Daniel Dafoe escreveu dezenas de livros. Um só nasceu vivo, e vive ainda hoje, e viverá sempre, Robinson Crusoé, porque foi tomado da boca de um marujo que realmente naufragara e vivera sozinho numa ilha deserta.
Prevost também escreveu às dúzias, mas só a história de Manon Lescaut vive e viverá eternamente, porque nela a vida estua e palpita como um coração ofegante.
O valor de Kipling, de Conrad, de Jack London, está na intensidade e na variedade de vida que esses homens viveram.
Não há em seus livros cena ou paisagem que não ressalte como coisa vista e vivida.
E no caso dos livros vividos pouco importa que os autores tenham sido escritores; a vida interessa tanto à humanidade, que ela tudo perdoa a uma obra vivida. Venha sem forma, venha bárbara, grosseira, incompleta, ao avesso de todos os cânones da arte. Se é obra viva, viverá. (6:117-118)
18. Há os que aprendem a escrever, como os papagaios aprendem a falar; e há os que escrevem por destino, tão organicamente como respiram, suam e o mais. (7:229)
19. Começa a escrever, isto é, a lançar no papel as suas ainda informes reações mentais. (7:332)
20. A hora mais preciosa dum escritor está na concisão. Quem diz em vinte palavras aquilo que outro o faz em cem é, pelo menos num ponto, cinco vezes mais interessante. Que ponto? No tempo que toma o leitor. Mas a regra de ouro da concisão é das mais difíceis de ser seguida. A tendência de quase todos que escrevem consiste justamente no contrário: dizer em cem palavras aquilo que caberia em vinte. (9:167)
21. BENTIM — Quero que o sr. diga o que um jovem deve fazer para ser um grande escritor como o foi.
MURILO — Aliás, o é...
LOBATO — Crescer e aparecer. Esta é uma condição indispensável. Antes que esse jovem cresça e apareça ele não poderá ser nada. Crescendo ele alcançará a maturidade, ele dará tudo de si, porá em relevo as qualidades latentes que ele possua e se, de fato, ele tem qualidades, esse jovem aparecerá. De maneira que o aparecimento de um jovem no mundo das letras é uma coisa que depende exclusivamente das qualidades naturais desse jovem. Se ele tiver qualidades boas, ele vencerá; se ele não tiver qualidades boas, ele fracassará e com muita justiça. Eis o que pensa o velho Lobato, com a sua longa experiência acumulada.
MURILO — A conversa está muito interessante, mas urge terminar. Pediria permissão para rematar com duas ou três perguntas de ordem pessoal. A primeira seria esta: de todas as suas obras, qual a que mais lhe agrada, qual a que fala mais de perto ao seu coração?
LOBATO — De todas as minhas obras, a que mais me agrada é a que me dá mais dinheiro, a que me dá maior lucro. Revendo as minhas contas eu vejo que é "Narizinho Arrebitado", porque já vendi uma série de edições de "Narizinho", mais de 100.000 exemplares. Portanto, esta é a querida do meu coração. Se eu dissesse qualquer coisa diferente, seria mentira ou hipocrisia.
MURILO — Bem. E agora, Monteiro Lobato, uma outra pergunta de caráter estritamente pessoal: se lhe fosse dado viver de novo a sua vida, gostaria de ter vivido como viveu, teria, por exemplo, sido escritor?
LOBATO — É uma pergunta muito insidiosa esta. Várias respostas me acodem de pronto, mas não sei se elas merecem exposição. Eu francamente não sei... não sei se voltaria a esta posição. Talvez voltasse porque há nela uma coisa que me seduz muito — é o interesse que as crianças revelaram por uma parte de minha obra: a parte infantil. O grande número de cartas de crianças que recebo, a sinceridade com que elas dizem e o fato de virem não só do Brasil, como de outros países, sobretudo dos países de língua espanhola, me fazem crer que se eu voltasse a viver de novo a minha vida, eu ia entrar pelo mesmo caminho, porque não creio que em qualquer outro setor me fosse possível ter as mesmas compensações que tenho com as crianças. Ainda agora mesmo eu recebi aqui uma senhora, mãe de Lilibeth. Essa Lilibeth é uma menina encantadora, que mora na Rua Monte Alegre, que prometeu me visitar. Eu estou ansioso, à espera da visita da Lilibeth. Eu considero uma visita de Lilibeth um prêmio. Ora, sendo inúmeras as crianças que me visitam e sendo a maioria delas crianças de grandes qualidades, que eu aprecio imensamente, eu considero cada uma delas um prêmio. De maneira que eu sou um sujeito multipremiado. E um sujeito que se acostuma a ser multipremiado numa vida, se voltar outra vez ao mundo ele quer continuar assim. De maneira que eu acho que queria isso: viver de novo a minha vida, a vida que eu vivi escrevendo coisas mais variadas, de mais interesse para as crianças e mais, porque as crianças me condenam uma coisa: que eu escrevi pouco para elas; poderia ter escrito muito mais. E eu creio que sim. Eu perdi o tempo escrevendo para gente grande, que ‚é uma coisa que não vale a pena.
MURILO — Chegamos à última pergunta: nesta hora, neste momento, qual seria o seu maior desejo, Monteiro Lobato?
LOBATO — Meu maior desejo, neste momento, seria ver este locutor pelas costas e eu já lá em cima, no meu apartamento, na cama, para descansar desta esfrega que eu levei hoje." (9:347-349)
22. Minha literatura, meu caro, não é literatura usual dos "homens de letras" convencidos de uma porção de coisas e sem olhos para os pés, como os pavões. É literatura de ocasião. É ramo da grande indústria do recuperamento, ou do aproveitamento das coisas do chão. Por isso não escrevo habitualmente — só quando o acaso me favorece com o encontro de uma coisa feita pela vida e só à espera de quem a tome, lapide e engaste. Indústria. (12:57-58)
23. E que estilo, Veríssimo! A língua te obedece como massa de pão entre os dedos do bom padeiro. Absolutamente limpo de estáticas — maneirismos, exibicionismos, flores de cera, besteiras. Escrever bem é isso, Veríssimo — é escrever como V. escreve — organicamente, com o correntio de uma função natural da nossa filosofia. Escrever bem é mijar. É deixar que o pensamento flua como a vontade da mijada feliz. (12:64)
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Ver: CARTAS 5 (2:54)
ESTILO 17 (8:327-328)
FORMA 3 (10:22-23)
ROMANCE NO BRASIL (5:47-51)