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ESCRITORES: JOÃO DO RIO

JOÃO DO RIO: Quanto ao "no Brasil ninguém imita o Eça", do João do Rio, pode-se opor o "no Brasil toda gente imita o Eça". São exageros equivalentes. Eu já li e gostei do João do Rio; hoje parece-me tolo, plaquet chocalhante, maracá, cuia com pedrinhas dentro. Insubstancial. Usa umas elegâncias de rastacuero. Tem uns barões de Belfort que ele acha mais elegantes que os barões do Pilão Arcado ou um barão do Jambeiro da minha terra que não dava jambos. Não há mulheres em suas histórias, há madames — coisa muito parecida com madamas. E descobriu um homem inglês de nome Oscar Wilde que ninguém sabia quem era, e eu acho que é mentira dele. Dorian Gray! Potoca. Cárcere de Reading! Potoca. Salomé! Potoca. Esse misterioso "Oscar Wilde" (nome inteiro, Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde) é uma pura mistificação do João do Rio. Outra novidade dele foi o lançamento do adjetivo "inconcebível" e do "up to date" em vez de "na moda". João descobriu também uma tal língua inglesa, que igualmente me parece potoca. Tudo nele são potocas — tudo nele é Rua do Ouvidor. Não fica. (2:14-15)