(...) lenda – alma das raças cristalizadas pela tradição. (...)
A insofreável musa do Devaneio encarcerada em cada peito humano, seja Guilherme Shakespeare ou Zé Pichorra, deturpa a realidade, enfolha-a, enflorece-a de poesia – da sã poesia que se não molda por figurinos mas sai da alma com a espontaneidade de perfumes vaporados de resedás – por exalação funcional.
Tal poesia é a matéria da lenda. (...)
E de tudo se vê que a lenda vem do sonho. E que quando o sonho se crispa em convulsões por influências internas da atrabilis e externas do excessivo rancor aos fígados do próximo, vem do pesadelo. (16:105... 112)